Num debate de urgência, o fórum formado por 47 membros aprovou a condenação com 37 votos a favor, três contra, incluindo China e Rússia, e três abstenções. A resolução aprovada foi apresentada pelos países do Golfo com apoio ocidental. Quatro delegações não participaram da votação. A Síria não estava presente.
As potências ocidentais tem pressionado o regime do presidente Bashar Assad a acabar com a repressão à oposição no país árabe, e até nações vizinhas pedem que Damasco modere suas ações. O governo, porém, não abre diálogo com o dissidentes e dá continuidade a ataques e bombardeios contra redutos opositores.
A decisão do Conselho de Direitos Humanos não tem qualquer peso legal, mas é considerada por diplomatas como um forte sinal que pode estimular a aprovação de uma resolução similar no Conselho de Segurança. A Rússia e a China têm se colocado contra qualquer medida do tipo, temendo que a Síria possa ser alvo de uma incursão militar do Ocidente.
"Vamos esperar que aqueles que votaram contra possam ver que estão isolados na comunidade internacional", disse Peter Gooderham, embaixador da Grã-Bretanha no Conselho. "Esperamos que isso tenha um impacto em Pequim, em Moscou e, claro, em Damasco", completou. Os britânicos, também nesta quinta, retiraram seus diplomatas da Síria.
O órgão de direitos humanos da ONU recebeu de forma positiva "a forte condenação" da resolução. A alta comissária do assunto, Navi Pillay, disse anteriormente que apoia o julgamento dos responsáveis pelos supostos crimes a humanidade na Síria no Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia.
Resistência armada
Também nesta quinta, o Conselho Nacional da Síria, um dos principais grupos da oposição, anunciou a criação de um "escritório militar" para coordenar a resistência armada contra as tropas de Bashar Assad. O anúncio aponta que o órgão e o Exército Livre da Síria devem atuar em conjunto.
Os líderes do movimento afirmaram que a oposição inicou suas atividades pró-democracia de forma pacífica, como planejava mantê-las, mas a repressão do governo obrigou a população "a pegar em armas para defender a si mesma".
De acordo com a ONU, a violência na Síria já deixou mais de 7,5 mil civis mortos desde março, quando teve início a revolta contra o regime de Assad. Damasco culpa "grupos armados terroristas" pelo caos e afirma que mais de 2 mil militares e policiais morreram.
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,conselho-de-direitos-humanos-da-onu-condena-siria-por-violacoes,842564,0.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário