segunda-feira, 26 de março de 2012

Movimento protesta em frente a casas de suspeitos de tortura

Manifestantes do movimento Levante Popular da Juventude protestam em frente à casa de Carlos Alberto Ponzi, ex-chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), em Porto Alegre (RS)

O movimento Levante Popular da Juventude realizou manifestações em frente a residências e uma empresa de propriedade de pessoas suspeitas de tortura durante a ditadura militar, na manhã desta segunda-feira nas cidades de Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo.
"Foram organizadas ações no País inteiro de denúncia de torturadores pela Comissão da Verdade", disse a integrante do movimento em São Paulo Lira Alli. A comissão foi criada pelo governo federal no final do ano passado para investigar os crimes cometidos durante o período militar, mas ainda não foi instaurada.
Na zona sul de São Paulo, os manifestantes se reuniram em frente a empresa de segurança privada de propriedade de David dos Santos Araújo, conhecido como Capitão Lisboa, para denunciar sua suposta participação em crimes de tortura, assassinato e a abuso sexual durante o regime militar, conforme diz o movimento citando ação civil pública do Ministério Público Federal.
"A ideia não era uma ação de enfrentamento, mas denunciar que a pessoa que vive lá cometeu esses crimes e vive normalmente como se nada tivesse acontecido", explica Lira. Além da manifestação em frente à empresa, um grupo ficou responsável por conversar com moradores do quarteirão onde fica a empresa para falar sobre os crimes dos quais Araújo é acusado.
Em Belo Horizonte os manifestantes se reuniram em frente à casa de Ariovaldo da Hora e Silva, no bairro da Graça, com faixas, cartazes e tambores, e distribuíram cópias de documentos do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) - responsável por controlar e reprimir movimentos políticos contrários ao regime -, com relatos de tortura, dos quais teria participado Ariovaldo.
O movimento divulgou ainda, no Facebook, fotos de um ato realizado em Porto Alegre (RS) em frente à casa do coronel Carlos Alberto Ponzi, ex-chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), também acusado de tortura pelo movimento. Os manifestantes picharam muros e calçadas dizendo que ali vive um torturador.
Segundo Lira, os atos foram inspirados em ações realizadas em diversos países da América Latina, chamadas de escracho, na Argentina, contra a impunidade de pessoas envolvidas com crimes durante a ditadura. "Sabemos que tem o manifesto dos militares da reserva que são contra a criação da Comissão da Verdade e existe um certo tensionamento de setores da sociedade, justamente os envolvidos com torturas e assassinatos que não querem que a comissão da verdade aconteça. E achamos que a juventude tem que se mobilizar a favor", diz.
Ninguém foi encontrado na empresa de segurança de propriedade de David dos Santos Araújo para comentar sobre a manifestação. Ariovaldo da Hora e Silva e Carlos Alberto Ponzi também não foram localizados.



sexta-feira, 23 de março de 2012

Nazismo à brasileira


Os dois potenciais terroristas presos na quinta-feira 22 pela Polícia Federal de Curitiba tinham planos, entre outros, de atacar estudantes do curso de Ciências Sociais da Universidade de Brasília. Isso porque aqueles “esquerdistas” tinham ideais liberais sobre sexualidade e direitos de minorias.
Emerson Eduardo Rodrigues e Marcelo Valle Vieira Mello (“ambos com mais de 30 anos”, segundo a assessoria da PF) pretendiam “atirar a esmo” também nos alunos a cursar faculdades de Direito e Comunicação. Os ataques se dariam em uma casa de eventos utilizada pelos alunos. Vieira Mello, diga-se, cursou Letras na UNB.
“As mensagens dizem que dariam um tratamento especial àquele ‘câncer’, fazendo referência aos estudantes, quando eles estivessem reunidos no local”, declarou o delegado Wagner Mesquita, da PF no Paraná, em entrevista ao portal Terra.
Sem direito à fiança, os suspeitos alimentavam um website hospedado na Malásia com conteúdo extremista. No silviokoerich.org faziam ameaças de morte ao deputado federal Jean Willys (PSOL-RJ), ofensas à presidenta Dilma Rousseff, a negros, homossexuais e judeus. Teciam apologias à violência contra as mulheres, e, ao mesmo tempo, incitavam o abuso sexual de menores.
Como se dá com psicopatas, as ideias dois internautas extremistas são permeadas de contradições. Postavam fotografias de cenas pornográficas a envolver crianças e adolescentes, e, ao mesmo tempo, consideravam que os alunos de Ciências Sociais da UNB eram demasiado liberais no quesito sexualidade.
Rodrigues e Vieira Mello também não poupavam críticas a nordestinos.
Embora ofendessem a mineira Dilma, esse ranço contra o Nordeste é embasado no antigo preconceito contra Lula. Para conservadores, e por tabela extremistas, o sucesso do presidente mais popular do Brasil é certamente algo difícil de engolir. A Bolsa Família não passaria de uma ninharia para alimentar vagabundos. Houve, claro, o mensalão durante o primeiro mandato de Lula, e isso serve de munição para os conservadores e extremistas. Mas para entender governos anteriores aos de Lula seria recomendável ler A Privataria Tucana, de Amaury Jr.
De qualquer forma, como explicar essas tentativas de perpetrar ataques contra as vidas de estudantes e um deputado federal no Brasil? Isso sem contar o inaudito reacionarismo. Em grande parte, esse fenômeno decorre da radicalização de uma narrativa nacionalista na “fascistofera” e na mídia canarinho.
Neste mundo globalizante onde a tecnologia (leia internet) aproxima cada vez mais os povos,  o conservadorismo a reinar nos tabloides e redes de tevê nos Estados Unidos e na Europa logo contagia outros países. E, por tabela, esse discurso neoconservador tem um enorme impacto nos extremistas capazes de cometer atos de loucura. Esse fenômeno ocorre na Europa, onde a islamofobia e a judeofobia são uma grande preocupação. Mas, ao contrário do Brasil, onde a vasta maioria da mídia é neoconservadora, na Europa e EUA há periódicos liberais que não aderem à essa narrativa, entre eles o Le MondeLa Repubblica, The Nation, etc. E mesmo diários conservadores como o Corriere della Sera ou Le Figaro fazem o mesmo.
Qual a origem desse discurso nacionalista?
Em recente entrevista a CartaCapital, o historiador francês Nicolas Lebourg, da Universidade de Perpignan, disse que a atual narrativa de nacionalistas é uma reação à crise dupla que vivemos nesses tempos. A primeira foi aquela geopolítica de 11 de setembro de 2001. A segunda foi a econômica, iniciada em 2008.
A partir do 11 de Setembro, ideais neoconservadores (“neocons”) migraram para a Europa. “São baseados no seguinte quadro bastante simplista: o mundo livre seria o Ocidente, e do outro lado existe o Islã.” Essa narrativa substituiu aquela da Guerra Fria, quando o Ocidente lutava contra o totalitarismo soviético.
No Brasil, pelo menos por ora, extremistas como os dois detidos pela PF não parecem estar atrás de muçulmanos. A “luta” deles é contra os esquerdistas, e todos os outros males que a ideologia deles encapsula. Aqui os esquerdistas ainda são chamados de “comunistas”,  termo anacrônico mundo afora mas, apesar da globalização, ainda bastante utilizado. Basta moderar comentários no website da CartaCapital para descobrir que colunistas a exprimir posições favoráveis à reforma da Lei da Anistia ou à descriminalização do aborto são catalogados como comunistas.
Resta saber se tentativas de atentados como os da dupla Rodrigues e Vieira Mello engatilharão ataques terroristas como aqueles de Mohamed Merah, autor de sete assassinatos e morto por policiais em Toulouse.
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/nazismo-a-brasileira/

sexta-feira, 16 de março de 2012

Mobilizações nas escolas e encontro conjunto na Câmara Municipal de Viçosa


As mobilizações do Parlamento Jovem Viçosa se iniciaram no dia 06 de fevereiro, e se encerraram no dia 1º de março. Segundo a monitora Mariane Reghim ”essa é uma etapa muito importante, pois é o primeiro contato entre @s monitor@s e @s estudantes”. Para ela a mobilização não se finda nesse momento “o Parlamento Jovem requer um processo de constante mobilização”.
O monitor Ramon Ribeiro ressalta o sucesso das mobilizações “é muito bom conversar sobre política com @s estudantes, um tema muito importante que muitas vezes é tratado de forma tímida nas escolas, além do mais é um processo de aprendizagem mútua, pois vemos opiniões diferentes sobre política em distintas realidades, lembrando que nós monitorxs também somos estudantes”.
O Parlamento Jovem conta esse ano com a participação de três escolas, o COLUNI a “E.E. Dr. Raimundo Alves Torres” (ESEDRAT) e a “E.E. Raul de Leoni”.  Segundo Bruno Oliveira também monitor do Parlamento Jovem, está sendo de grande importância essa parceria com as escolas “temos muito que agradecer a recepção e participação d@s professorxs, diretorxs, enfim de toda a comunidade escolar”.
Após a etapa de mobilização, acontecerá no sábado (17/03) às 10:00 hrs na Câmara Municipal de Viçosa o encontro conjunto. Conforme a estudante Camila Penna que participou do Parlamento Jovem 2011, esse é um momento muito interessante, pois também acontece a interação entre @s estudantes das escolas participantes, “é um momento de conversar sobre política de uma forma descontraída, aprender mais sobre o Parlamento Jovem e também de conhecer pessoas novas e fazer novas amizades”.
Então Galera não esqueçam do encontro conjunto no dia 17/03 na Câmara Municipal as 10 hrs, contamos com a presença de todos!

terça-feira, 13 de março de 2012

Sem dinheiro, barco-hospital pode deixar ribeirinhos à deriva


O Brasil enriqueceu e não precisava mais de ajuda – e quem ajudava está agora com problemas em meio à crise financeira na Europa. Com este argumento, a ONG holandesa Terre des Hommes quer encerrar suas operações no País e, com isso, deixar pouco mais de 15 mil pessoas, de comunidades ribeirinhas da Amazônia, sem acesso a atendimento de saúde. A ONG, busca reaver seu barco-hospital Abaré, que atua desde 2006 na região amazônica do rio Tapajós, no trecho que vai dos municípios de Santarém a Belterra.
“Com a crise financeira e o crescimento econômico brasileiro, a Terre des Hommes acha que não deve mais investir no Brasil. O que eles não entendem é que Amazônia não é a mesma coisa que Brasil”, afirma Fábio Tozzi, o médico coordenador da ONG Projeto Saúde e Alegria (PSA), que desenvolve ações de saúde no Abaré.
Com o barco-hospital Abaré, o PSA e as prefeituras de Santarém, Belterra e Aveiro realizam mais de 20 mil procedimentos de saúde por ano, e consegue resolver 93% dos casos. Ou seja, apenas sete em cada 100 pacientes precisam ser encaminhados a centros hospitalares urbanos. “Com o Abaré, conseguimos uma significativa melhora nos indicadores de mortalidade infantil e de qualidade de vida dos ribeirinhos”, diz Tozzi, salientando a importância local do barco.
O anúncio de que o barco deixaria de operar gerou uma campanha organizada pela população local com o slogan ‘#FicaAbaré!’. As manifestações surtiram efeito. Por enquanto o Abaré permanece nas águas do Tapajós, graças a um despacho do juiz Laércio Ramos, da 8ª Vara Cível de Santarém. Ele determinou que o barco hospital Abaré I, de propriedade da ONG holandesa, não poderá deixar o município de Santarém nos próximos seis meses.
Contudo, a decisão judicial é frágil e a permanência do barco na região ainda depende da boa-vontade da ONG, analisa Caetano Scannavino, coordenador geral do PSA. “O barco é de propriedade da ONG holandesa e, se ela desejasse, poderia facilmente derrubar a liminar. No entanto, o barco foi mantido (na região) por mais seis meses e estamos negociando sua permanência”, diz.
Caetano explica que uma das soluções seria a prefeitura de Santarém indenizar a Terre des Hommes pelo Abaré. “Está prevista para o dia 5 de abril uma visita de representantes da prefeitura de Santarém para a Holanda para iniciar as negociações”, conta Scannavino.
Unidade de Saúde da Família Fluvial
Em funcionamento desde 2006, o Abaré tornou-se modelo para a implementação do Programa Saúde da Família Fluvial, uma política pública nacional lançada em 2010, pelo Ministério da Saúde (MS). Assim, por meio da Portaria 2.191, regulamentou-se e destinaram-se recursos federais aos municípios de toda Amazônia e Pantanal interessados na replicação da experiência por meio de barcos-hospitais.
Com isso, o Abaré foi qualificado como a primeira Unidade de Saúde da Família Fluvial (USFF) do Brasil integrada ao SUS. “Nossa ideia é replicar esse modelo e utilizá-lo para interiorizar a medicina na Amazônia e no Pantanal brasileiro”, diz Caetano.
Desde janeiro de 2011, o Fundo Municipal de Saúde de Santarém conta com recursos do Ministério da Saúde próximos de meio milhão de reais anuais para uso exclusivo no custeio da embarcação e dos serviços assistenciais no Tapajós.
O exemplo bem-sucedido de parceria entre o terceiro setor e os órgãos públicos suscitou o aumento da autonomia e responsabilidades das prefeituras (Santarém, Aveiro e Belterra) que fazem uso do Abaré. Hoje, os atendimentos são médicos são de responsabilidade das Prefeituras e seus servidores. Cabe ao PSA apenas a cooperação para as ações complementares de saúde – como campanhas educativas, assessoria à gestão técnica, apoio logístico adicional, articulações com universidades, etc.
Falta de médicos
O Abaré também representa a oportunidade de resolver um problema crônico brasileiro: a falta médicos no interior do País.
Para Luiz Fernando Ferraz da Silva, professor da Faculdade de Medicina da USP, o Brasil tem uma estrutura hospitalar muito desigual e os municípios menores não conseguem oferecer a estrutura que o profissional de saúde precisa para trabalhar. “O clínico identifica a doença e prescreve o tratamento, mas o município não possui infraestrutura para tratar o paciente”, exemplifica.
Além disso, muitos profissionais optam por não deixar os grandes centros urbanos, onde têm acesso à cultura e à atualização profissional. Na tentativa de remediar este problema crônico, segundo Silva, os municípios pagam salários muito superiores (cerca de 50% a mais). “Trava-se uma verdadeira guerra para conseguir o profissional. Mesmo assim o que acontece é o profissional ficar um tempo, fazer um pé de meia e depois regressar ao grande centro”.
“A melhor estratégia para fixar o profissional é a residência médica. Nela o médico começa a mostrar seu trabalho, criar a sua rede de contatos e receber suas primeiras propostas de emprego”, completa.
É sob esta abordagem que o Abaré pretende começar a trabalhar e servir de exemplo para os futuros barcos-hospitalares. “O PSA quer realizar cursos para gestores públicos para barcos-hospitais dos municípios que serão contemplados pelo Programa Saúde da Família Fluvial e iniciar um programa pioneiro de residência médica. Para tanto estamos conversando com a USP e com Universidade Estadual do Pará (UEPA), a única faculdade que oferece o curso de Medicina em Santarém”, adianta Tozzi.
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/sem-dinheiro-barco-hospital-pode-deixar-ribeirinhos-a-deriva/

sexta-feira, 9 de março de 2012

Piores que Hitler


Adolf Hitler, responsável pela morte de 6 milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial, era um entusiasta do automóvel, todo mundo sabe. Nunca se viu Hitler falando bem da bicicleta ou de ciclistas –tampouco falando mal. Tanto é que havia companhias ciclistas no Exército alemão, como muitos exércitos naquela época, e a própria SS tinha uma tropa ciclista. Um grupo da juventude hitlerista cruzou a Grã-Bretanha inteira em 1937, em um tour que foi visto como um ato de “espiciclismo”. Ou seja, tudo indica que até os nazistas respeitavam a bicicleta como meio de transporte.
Hitler chega a aparecer em um cartão postal posando simpaticamente ao lado de ciclistas. Também Benito Mussolini aparece em duas fotos: numa, pedalando uma bicicleta diferente, com guidão ao lado das pernas e roda da frente menor. Na outra, passando em revista a tropa ciclista dos lendários Bersaglieri, o corpo de elite do exército italiano conhecido por se deslocar em bicicleta. Os Bersaglieri haviam adotado a bicicleta no final do século 19, primeiro civis e depois fabricadas sob medida para os militares: dobráveis e mais robustas. As fotos acompanham este artigo, para quem quiser ver.
Se fascistas e nazistas tinham lá sua admiração pelo ciclismo, o mesmo não se pode dizer da atrasada direita brasileira. Desde a manifestação que ocorreu em São Paulo na sexta-feira 2 de março em protesto pela morte de uma ciclista, atropelada por um ônibus na Av. Paulista, as agressões na internet não param. Pasme: não contra os carros ou o trânsito desumano da cidade, mas contra os que desejam fazer diferente e se deslocar em duas rodas. “Bikerdistas”, “fascibikers”, “talibikers”: assim tem sido chamados os ciclistas que tentam alertar a população de São Paulo para uma forma melhor de vida que não a ditadura do automóvel.

Dentro de seus carros, a direita balofa bufa contra os ciclistas que protestam, porque “param” o trânsito e “atrapalham” seu deslocamento egoísta e insano. São os mesmos ignorantes que costumam buzinar para os pobres coitados que puxam carroças com papelão pelas ruas de São Paulo para sobreviver, como se fossem antepassados dos burros de carga. A cena é comum na maior cidade da América do Sul. O homem puxa a carroça. O carro atrás dele buzina e o xinga. Com as bicicletas é a mesma coisa – quando não é a ameaça física de colocar o carro em cima e o atropelamento fatal. Um misto de inveja e sadismo.
Na verdade, não mudam muito os alvos dos ataques. Quem pregar contra os agrotóxicos e em favor dos orgânicos será atacado. Contra a ditadura militar e em favor da comissão da verdade. Contra a homofobia. Contra o higienismo. Contra a especulação imobiliária. Contra o racismo. Em favor do Estado laico. Em favor do aborto. Contra a barbárie e em favor da civilidade. Qualquer um com essas bandeiras será atacado pela direita inculta e medieval que temos. Será chamado de “fascista” e “nazista”, sendo que os agressores, eles sim, são piores que Hitler e Mussolini: incitam o ódio, a intolerância e o atropelamento de ciclistas em via pública.
Cuidado, criancinhas que andam de velocípede. Um dia a direita brasileira irá lhes achincalhar.
Fonte : http://www.cartacapital.com.br/sociedade/piores-que-hitler/

Conselho de Direitos Humanos da ONU condena Síria por violações

GENEBRA - O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou a Síria nesta quinta-feira, 1º, por violações generalizadas que podem equivaler a crimes contra a humanidade e pediu o fim dos ataques contra civis.

Num debate de urgência, o fórum formado por 47 membros aprovou a condenação com 37 votos a favor, três contra, incluindo China e Rússia, e três abstenções. A resolução aprovada foi apresentada pelos países do Golfo com apoio ocidental. Quatro delegações não participaram da votação. A Síria não estava presente.
As potências ocidentais tem pressionado o regime do presidente Bashar Assad a acabar com a repressão à oposição no país árabe, e até nações vizinhas pedem que Damasco modere suas ações. O governo, porém, não abre diálogo com o dissidentes e dá continuidade a ataques e bombardeios contra redutos opositores.
A decisão do Conselho de Direitos Humanos não tem qualquer peso legal, mas é considerada por diplomatas como um forte sinal que pode estimular a aprovação de uma resolução similar no Conselho de Segurança. A Rússia e a China têm se colocado contra qualquer medida do tipo, temendo que a Síria possa ser alvo de uma incursão militar do Ocidente.
"Vamos esperar que aqueles que votaram contra possam ver que estão isolados na comunidade internacional", disse Peter Gooderham, embaixador da Grã-Bretanha no Conselho. "Esperamos que isso tenha um impacto em Pequim, em Moscou e, claro, em Damasco", completou. Os britânicos, também nesta quinta, retiraram seus diplomatas da Síria.
O órgão de direitos humanos da ONU recebeu de forma positiva "a forte condenação" da resolução. A alta comissária do assunto, Navi Pillay, disse anteriormente que apoia o julgamento dos responsáveis pelos supostos crimes a humanidade na Síria no Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia.
Resistência armada
Os líderes do movimento afirmaram que a oposição inicou suas atividades pró-democracia de forma pacífica, como planejava mantê-las, mas a repressão do governo obrigou a população "a pegar em armas para defender a si mesma".
De acordo com a ONU, a violência na Síria já deixou mais de 7,5 mil civis mortos desde março, quando teve início a revolta contra o regime de Assad. Damasco culpa "grupos armados terroristas" pelo caos e afirma que mais de 2 mil militares e policiais morreram.
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,conselho-de-direitos-humanos-da-onu-condena-siria-por-violacoes,842564,0.htm